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14/12/2020 ÀS 06:48

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50 mil trabalhadores portuários entram em greve no Brasil

Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (22/10), cerca de 50 mil trabalhadores portuários de diversas regiões do Brasil entraram em uma greve de 12 horas, paralisando operações em portos estratégicos como Santos, Paranaguá, Suape e Rio de Janeiro.


A paralisação é um protesto contra a proposta de revisão da Lei dos Portos (Lei 12.815/2013), em discussão na Câmara dos Deputados. Os sindicatos afirmam que as alterações propostas podem precarizar as condições de trabalho no setor.


A principal preocupação dos trabalhadores é a retirada de direitos e a flexibilização das regras trabalhistas portuárias. As mudanças mais criticadas incluem:


- Extinção do adicional noturno e adicional de risco.


_ Terceirização de atividades essenciais, como a segurança e guarda portuária, hoje exclusivas dos trabalhadores vinculados aos sindicatos.


A extinção do adicional noturno e do adicional de risco significa a perda de compensações financeiras para quem trabalha em horários noturnos e em condições perigosas, afetando diretamente a renda dos trabalhadores portuários.


Já a terceirização de atividades essenciais, como a segurança e a guarda portuária, ameaça a estabilidade desses postos, atualmente garantidos por trabalhadores sindicalizados, abrindo espaço para contratos mais precários e menos protegidos. 


A Justiça do Trabalho interveio em alguns estados para garantir serviços essenciais durante a paralisação. Em São Paulo, a 2ª Região determinou que 50% das operações fossem mantidas, sob pena de multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.


O Sindicato dos Operadores Portuários de São Paulo (Sopesp) criticou o acordo e defendeu que 100% dos trabalhadores deveriam estar operando, além de solicitar multa diária de R$ 200 mil.


No Paraná, os trabalhadores foram obrigados a manter 60% das operações, com risco de multa de R$ 20 mil por dia em caso de desobediência.


A greve ocorre justamente em um momento de movimentação econômica intensa no setor portuário.


Recentemente, a empresa suíça MSC adquiriu o grupo brasileiro Wilson Sons por R$ 4,35 bilhões, consolidando sua posição no mercado nacional.


Em setembro, a francesa CMA CGM também ampliou sua participação no país, comprando 48% do grupo Opportunity por R$ 6,33 bilhões.


Além disso, o governo federal anunciou o leilão do terminal STS10 no Porto de Santos, que será o maior terminal de contêineres do Brasil.


A votação do texto final na Câmara está prevista para esta quarta-feira (23).


Com informações: Do JCO

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